Como prevenir a contaminação por Salmonella no farelo de soja

Rentokil – Ecotec

Blog – controle de Salmonella em farelo de soja

Data: 22.05.2023

Como prevenir a contaminação por Salmonella no farelo de soja

O farelo de soja é a fonte de proteína mais importante usado para alimentação animal em todo o mundo, fornecendo mais de dois terços dos produtos proteicos e com um comércio de exportação de cerca de US$ 30 bilhões por ano. Salmonella é um dos patógenos mais perigosos que podem contaminar a alimentação animal. Ele pode entrar nas cadeias de abastecimento de alimentos em vários pontos da jornada, desde a fazenda que cultiva a soja até a fazenda que alimenta o gado com o produto processado. É amplamente difundido no meio ambiente e ocorre no intestino de mamíferos, aves, insetos e répteis. As principais fontes das infecções humanas por Salmonella são animais para alimentação, como porcos, aves e gado, especialmente produtos alimentícios crus derivados desses animais. Impedir que a Salmonella entre na cadeia alimentar, desde a produção de soja até o consumo humano de produtos de origem animal, requer medidas de prevenção e controle em todos os elos da cadeia.

O que é Salmonela?

Salmonela é uma bactéria gram-negativa em forma de bastonete da família Enterobacteriaceae. Tem uma classificação complicada de subespécies e sorovares. Existem duas espécies de bactérias Salmonella, das quais a Salmonella enterica é o principal risco para a saúde humana.

Salmonela entérica tem seis subespécies, mas a enterica causa 99% das infecções em humanos e animais de sangue quente. Existem mais de 2.500 sorotipos de Salmonella subespécie enterica, alguns dos quais são altamente virulentos. Os demais sorotipos são encontrados principalmente no ambiente e em animais de sangue frio e raramente em humanos.

Salmonela é uma bactéria resistente que é capaz de sobreviver por várias semanas em ambiente seco e por meses na água.

Por que a Salmonella é um risco para o abastecimento de alimentos?

Salmonela é uma das quatro principais causas de doenças diarreicas em todo o mundo e um dos patógenos de origem alimentar mais frequentemente isolados. É um grande problema de saúde pública em países desenvolvidos e em desenvolvimento devido à custos de vigilância, prevenção e tratamento da doença. Gado, como suínos, aves e bovinos, são as principais fontes de infecções em humanos, tanto por meio de animais vivos quanto de produtos alimentares de origem animal não cozidos. Em um estudo de Salmonella na cadeia alimentar na Polônia, foram identificados 160 sorovares de Salmonella, sendo 124 em animais, 44 em alimentos, 73 em ração animal e 15 em fertilizantes.

A salmonelose (a doença) pode causar febre, dor abdominal, diarreia, náuseas e vômitos. Na maioria dos casos é leve, mas em crianças, imunocomprometidos e idosos, é mais provável que cause desidratação grave e coloque a vida em risco. Diferentes sorotipos diferem em sua capacidade de causar infecções em humanos, mas todos têm o potencial de afetar a saúde humana e alguns causam febre tifóide e paratifóide, que são mais frequentemente fatais.

Há poucos dados da América do Sul, mas na UE, onde os casos são monitorados, mais de 91.000 casos são relatados a cada ano e o custo econômico é estimado em até € 3 bilhões por ano.

Quais são as causas da contaminação por Salmonella no farelo de soja?

Existem inúmeras oportunidades para o farelo de soja ser contaminado com Salmonella antes de chegar ao porto do navio. As empresas que manuseiam e processam matérias-primas para alimentação animal devem aplicar boas práticas, como os princípios HACCP e boas práticas de higiene e fabricação (GHP e GMP) para importação em países como a UE para cumprir a legislação relacionada à alimentação animal. As fontes de contaminação incluem as seguintes.

  1. Contaminação antes do processamento: a soja pode ser contaminada durante o cultivo, colheita e armazenamento na fazenda ao entrar em contato com água, solo ou fezes de animais contaminados.
  2. Condições de armazenamento inadequadas: O armazenamento inadequado do farelo de soja na instalação de produção ou no armazém pode levar ao crescimento e contaminação de Salmonella. Fatores como alta umidade, temperatura e pouca ventilação criam um ambiente que promove o crescimento bacteriano.
  3. Contaminação cruzada durante o processamento: Se as práticas adequadas de higiene e saneamento não forem seguidas durante o processamento do farelo de soja, pode ocorrer contaminação cruzada. Isso pode acontecer quando equipamentos, superfícies ou utensílios entram em contato com materiais contaminados ou não são adequadamente limpos e higienizados entre os usos.
  4. Infestação de pragas: Pragas como roedores, pássaros e insetos podem carregar a bactéria Salmonella e contaminar o farelo de soja com seus excrementos, penas, material de nidificação ou sujeira em seus corpos. Todas as instalações que armazenam ou processam o produto devem ter medidas eficazes de controle de pragas para evitar infestações e remover o risco de contaminação.
  5. Práticas inadequadas de manuseio: O manuseio inadequado do farelo de soja durante o transporte e armazenamento pode resultar em contaminação se os recipientes ou materiais de embalagem não estiverem limpos ou se houver derramamento ou exposição a superfícies e materiais contaminados.
  6. Medidas de controle de qualidade inadequadas: Procedimentos de controle de qualidade inadequados, como falta de testes regulares para Salmonella ou monitoramento inadequado dos processos de produção, podem resultar em contaminação não detectada do farelo de soja. É crucial implementar boas práticas de fabricação (GMP) e HACCP para garantir medidas rigorosas de controle de qualidade.

Como prevenir Salmonella no farelo de soja durante o transporte?

O controle de patógenos em produtos a granel em porões de navio é essencial para prevenir o crescimento de bactérias e fungos nocivos, que podem levar à deterioração e contaminação do grão. Em um estudo de mais de 19 anos de importações para a Noruega, 34% das amostras coletadas durante o desembarque dos navios continham Salmonella, com 94 sorotipos isolados, incluindo os principais sorotipos patogênicos. Algumas práticas padrão para prevenir Salmonella são:

  1. Inspeção pré-embarque: uma inspeção deve incluir verificações visuais quanto a sinais de danos, umidade, mofo ou infestação de insetos. Amostras também devem ser coletadas e testadas para Salmonella e outros patógenos.
  2. Limpeza adequada: O porão do navio deve ser completamente limpo e desinfetado antes de carregar farinha ou grãos. Qualquer resíduo de produto, poeira ou detritos deve ser removido e o porão deve ser tratado com um desinfetante aprovado.
  3. Controle de temperatura: Salmonella prospera em ambientes quentes e úmidos. A temperatura ideal para evitar o crescimento de microrganismos é de 10 a 20°C.
  4. Controle de umidade: A Salmonella pode sobreviver mesmo em condições de baixa umidade, por isso é essencial monitorar o nível de umidade regularmente e mantê-lo abaixo de 12%. Isso também impede o crescimento de outras bactérias, fungos e insetos.
  5. Tratamento de ração: Uma gama de tratamentos está disponível para prevenir o crescimento de Salmonella e eliminá-la.
  6. Armazenamento e transporte: O grão deve ser armazenado e transportado em condições limpas e secas. O porão deve ser bem ventilado para manter os níveis de temperatura e umidade, e o grão deve estar bem preso para evitar qualquer movimento.
  7. Manutenção de registros: Todos os procedimentos relacionados à prevenção de Salmonella devem ser documentados, incluindo inspeção pré-embarque, limpeza e quaisquer aditivos alimentares usados. Devem ser mantidos registros da temperatura, níveis de umidade e qualquer teste realizado para salmonela.

Quais tratamentos podem ser usados ​​no farelo de soja para prevenir Salmonella durante o transporte?

Alguns tratamentos específicos que podem ser usados ​​para controlar a Salmonella incluem:

  1. Tratamento termal: Isso envolve expor o grão a uma alta temperatura por um período especificado. O método mais comum é aplicar ar quente no grão para aumentar a temperatura para cerca de 60-70°C por pelo menos 30 minutos.
  2. Fumigação: A fumigação com produtos químicos aprovados pode ser usada para controlar insetos e prevenir a contaminação de produtos alimentícios. Fumigantes como fosfina, brometo de metila e fluoreto de enxofre podem ser usados, mas seu uso requer procedimentos de segurança rígidos e deve cumprir tanto os regulamentos e diretrizes locais quanto os do país para onde o produto está sendo enviado.
  3. Irradiação: A irradiação envolve passar a refeição através de uma câmara de radiação que o expõe a raios gama, feixes de elétrons ou raios X para matar as bactérias. A dose de radiação necessária depende do tipo de grão e do nível de contaminação. A refeição não entra em contato com nenhum material radioativo e não se torna radioativa.
  4. Aplicação de ácidos orgânicos: A utilização de ácidos orgânicos, como ácido fórmico, ácido propiônico e ácido acético, principalmente misturas dos ácidos, é uma das medidas mais eficazes para o controle de Salmonella. Esses ácidos reduzem o pH ao redor e dentro das bactérias, interrompendo a membrana celular e os processos celulares. Os ácidos orgânicos também podem fornecer alguma proteção residual contra a recontaminação e prevenir a infecção por Salmonella em animais alimentados com o produto. A Ecotec é especialista no tratamento de commodities a granel para controle de Salmonella.

Conclusão

Salmonela é um dos patógenos mais importantes que causam doenças em animais e humanos e é frequentemente encontrado em produtos alimentícios a granel, como o farelo de soja, que é a principal fonte de proteína para alimentação animal em todo o mundo. A produção, processamento, armazenamento e transporte da refeição têm vulnerabilidades críticas onde a contaminação por Salmonella pode ocorrer.

Toda empresa que lida com farelo de soja deve garantir que boas práticas, como HACCP e GMP, sejam observadas para evitar a contaminação e eliminar o patógeno quando ele ocorrer, incluindo a manutenção de condições adequadas de armazenamento, seguindo protocolos rigorosos de higiene e saneamento, implementando medidas de controle de pragas, realizando testes regulares para Salmonella e tratando a refeição. Um dos principais tratamentos para prevenir e eliminar a contaminação é o tratamento com ácidos orgânicos antes do envio. Isso pode ser realizado por um provedor especializado no porto.

Saiba mais sobre o tratamento do farelo de soja no transporte.